Essa é parte do discurso que a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, 16 anos, fez durante a sua participação na Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP24), em 2018. Ela se tornou uma inspiração para crianças e jovens do mundo inteiro ao liderar o movimento Sextas-feiras pelo Futuro, no qual enfatiza o potencial das novas gerações em transformar o mundo. Movimentos como o encabeçado por Greta não só nos inspiram, mas nos provocam. E diante da pandemia da covid-19 , a necessidade de olharmos com atenção para nosso estilo de vida e hábitos de consumo se torna ainda mais fundamental.
Nunca se falou tanto sobre preparar um mundo melhor para as futuras gerações como tem acontecido neste momento. Afinal, nada como parar um pouco – ainda que forçadamente – e observar que a poluição nas grandes cidades diminuiu, por exemplo, depois que precisamos ficar mais em casa. Ou reparar em tantos animais que saíram, literalmente, às ruas, ocupando espaços urbanos que antes não ousariam frequentar...
Se o assunto sustentabilidade já estava em pauta, mais do que nunca, entendemos que o futuro é agora. Devemos prestar atenção à forma como nos relacionamos com o outro e com o ambiente à nossa volta, reconhecendo que estamos todos conectados e que temos apenas uma casa: a Terra.
A covid-19 pode ser considerada por muitos um aviso claro e direto para a alta demanda dos humanos no que diz respeito aos recursos do planeta, que está na iminência de não suportar mais tanta exploração, poluição e desmatamento. Afinal, reclusos em casa, paramos para pensar no que realmente importa, do que de fato necessitamos.
Vale refletir sobre nossos hábitos individuais e aquilo que queremos deixar de exemplo para os nossos filhos. O que cada um de nós pode fazer para reverter esse cenário? Como ensinar as crianças a valorizar o planeta? “O adulto deve ter consciência dos efeito gerados por suas ações. É essencial minimizar o impacto negativo que uma ação provoca no meio ambiente como, por exemplo, a utilização de plástico de uso único e o descarte incorreto de resíduos produzidos na sua casa. Ele também deve trazer o assunto por meio de uma linguagem simples e que faça a criança vivenciar o conceito de forma divertida”, afirma Denise Conselheiro, gerente de educação do Instituto Akatu, organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente (SP).
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1. PERTENÇO, LOGO, AJUDO Quanto mais o pequeno for estimulado a participar desse debate, mais rapidamente ele se reconhecerá como agente transformador. “Pais e educadores têm responsabilidade de ensinar valores que tragam a importância do cuidado com o planeta, para que a criança se sinta inspirada e cresça com o sentimento de pertencimento. Quando ela mostra interesse pelo assunto, torna-se multiplicadora e impacta positivamente os hábitos dentro e fora de casa”, diz a educadora ambiental Livia Ribeiro, cofundadora da Reconectta, empresa que trabalha a sustentabilidade por meio de experiências educacionais (SP).
Estar mais próximo da natureza é um dos primeiros passos para incluir os pequenos nesse caminho de “se sentir parte”. E as brincadeiras ao ar livre são uma ótima pedida (ainda que, agora, tenhamos de esperar um pouco para curti-las).
Uma pesquisa publicada no International Journal of Environmental Research and Public Health, realizada com um grupo de crianças entre 3 e 12 anos, revelou evidências científicas sobre os b enefícios da diversão em contato com o meio ambiente . O estudo mostrou que garantir esses momentos às crianças proporciona situações em que elas terão maior autonomia para escolher os riscos que desejam correr e aprender com eles. Assim, elas devem chegar à vida adulta mais preparadas e resilientes, capazes de lidar com as ad- versidades da vida.
Ensinar seu filho a cuidar do mundo é tão importante quanto fazer a sua parte. Pode parecer que sustentabilidade remete só a ser mais ecológico, mas cuidar do planeta significa enxergar o outro, cuidar dos bens comuns, ter empatia e agir com cooperação. Tudo o que estamos vivenciando neste momento, não?
A seguir, confira como aproximar o seu filho da natureza e veja os cami- nhos para trazer práticas sustentáveis para o dia a dia de toda a família.
2. QUE SEJA LEVE E DIVERTIDO APRENDER BRINCANDO é sempre mais gostoso. “Em casa, aproveito o tema da magia e do universo das fadas. Quando a Pietra entende que existe um outro mundo que também depende da preservação da natureza, ela sente vontade de participar”, conta a agente de transformação planetária Luana Buono, 38 anos, mãe da Pietra, 8.
Faz todo o sentido: um artigo publicado no Brazilian Journal recentemente mostrou que práticas escolares de educação ambiental são essenciais para que a criança entenda sua relação com a natureza. “Quando trazemos a sustentabilidade para a vida delas, devemos seguir pelo que é atraente. Não adianta expor o lado negativo, porque isso gera medo e paralisação. Devemos dar exemplos práticos e falar sem raciocínios complexos. Caso contrário, a criança enxergará esses hábitos como sacrifício e obrigação”, explica Denise Conselheiro. Ou seja, em vez de dizer “Feche a torneira enquanto escova os dentes senão vai faltar água no mundo”, fale “Vamos abrir a torneira só na hora de enxaguar a boca, porque, assim, os rios vão ficar mais cheios e felizes”.
Dicas • Quando todos pudermos sair de casa novamente, aproveite que o seu filho gosta de futebol, por exemplo, e incentive-o a ir ao parque mais vezes para treinar. A ideia é selecionar práticas de interesse dele e relacioná-las à preservação da natureza. Porque ali, no parque, você pode explicar como a grama bem-cuidada é melhor para brincar com a bola...
• Se o seu filho gosta de flores e plantas, que tal incentivá-lo a conhecer melhor as espécies? Uma boa ideia, quando o isolamento social for relaxado e seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, é caminhar pelo bairro observando os vários tipos que crescem nas calçadas.
• Transforme uma obrigação em algo divertido: uma boa ideia é fazer uma gincana e ver quem lava mais louça utilizando o mínimo de água.
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3. Dê o exemplo QUANDO ESTÁ CRESCENDO , a criança se espelha em seus entes mais próximos e, quanto mais cedo bons hábitos forem inseridos em sua rotina , mais rápido esses valores farão parte de seu caráter. “A ação mais importante que acontece na infância é o aprender. Cuidar do planeta não deve estar separado do nosso estilo de vida, porque os dois andam juntos. Quando o pequeno percebe que seus hábitos são parte de uma escolha que visa cuidar do mundo, ele enraíza práticas que levará sempre com ele”, afirma a antropóloga Joana Benetton Junqueira, 46 anos, mãe da Pilar, 8.
Dicas • Separe os itens recicláveis dos orgânicos , explique as diferenças e como destinar corretamente cada um deles.
• Celebre com mais presença e menos presentes as datas comemorativas.
• Germinem juntos um grão, e conversem sobre os ciclos da natureza.
• Mostre como é divertido e inteligente customizar e reaproveitar roupas, em vez de só adquirir itens novos.
4. Crianças como protagonistas É PRECISO OUVIR com empatia o que a criança tem a dizer. Desconsiderar a sua participação nesse debate significa desqualificar seu potencial de aprendizagem, criatividade e ação. “Elas têm muita capacidade de compreensão e é nosso dever explicar o que acontece no mundo, abrir para o diálogo e buscar caminhos em conjunto”, afirma a educadora Carol Sumier, da Politeia Escola Democrática (SP).
Para a neuropsicóloga Deborah Moss (SP), colocar a criança de forma ativa na discussão é uma maneira de motivá-la a cuidar do meio que a cerca. “Quanto mais você lhe der voz, mais ela vai se sentir responsável pelo cuidado em casa, na escola e na rua”, afirma. Vale deixar seu filho responsável pelo lixo , por exemplo, para que ele observe a quantidade de resíduos gerados naquele dia. Além disso, é interessante trazê-lo para perto da cozinha e ensiná-lo a produzir mais em casa , em vez de comprar tudo pronto.
Dicas • Dê atenção às ideias do seu filho e incentive-o a criar um projeto pessoal. Se ele quiser fazer uma horta em casa, por exemplo, ajude-o a executar.
• Crie um jogo para perceber quanto lixo foi produzido em uma semana e incentive seu filho a buscar alternativas para reduzir os desperdícios.
• Que tal propor para que o pequeno seja fiscal dos aparelhos que ficam na tomada ou liga- dos por mais tempo do que o necessário?
O que elas têm feito? Boas práticas de crianças mundo afora para inspirar outros pequenos
Fridays for Future: reúne crianças e jovens ao redor do planeta para protestar e exigir posicionamento político quanto às mudanças climáticas. fridaysforfuture.org Our Children’s Trust: por meio de programas, jovens e crianças atuam garantindo a preservação dos recursos naturais da Terra. ourchildrenstrust.org Earth Guardians: pelas artes, contação de histórias e engajamento civil, crianças e jovens se tornam líderes para trabalhar por um futuro de reconstrução do planeta. earthguardians.org
5. A questão do consumismo É FUNDAMENTAL CONTAR ao seu filho sobre os impactos gerados na produção e descarte dos itens do dia a dia. “O consumo tem afetado muito o meio ambiente. Deve-se ensinar às crianças como escolher de forma mais responsável o que se compra. Falar sobre ‘de onde vem e para onde vai’ é ótimo para abordar o assunto”, explica Leila Vendrametto, assessora pedagógica do Insti- tuto Alana (SP), que promove o direito e o desenvolvimento integral da criança.
Uma pesquisa realizada pelo IBGE-InterScience analisou o papel das crianças nas decisões de consumo familiar e concluiu que 80% das compras da casa são influenciadas pela opinião delas. “Quando minha filha pede suco de caixinha, explico os impactos para o meio ambiente das embalagens que não são compostáveis, ou seja, que não irão retornar ao solo depois de descartadas. O meu dever é falar da importância dos alimentos in natura – que não passaram por processos industriais – e também dos problemas que o excesso de embalagens pode causar ao planeta. Mas abro exceções, porque sei que, ao tornar algo proibido, ela vai querer ainda mais”, conta Luana Buono, mãe de Pietra, 9.
Dicas • Reduza o que for possível e reutilize. Crie brinquedos com resíduos reclicáveis , junto com o seu filho
• Prepare lanches saudáveis em casa. Quando der, leve o pequeno para buscar ingredientes no sacolão ou na horta comunitária do bairro.
• Procure desvincular os momentos de prazer do ato de consumir.
• Participe de feiras ou movimentos de troca – de roupa, brinquedos... – há vários online também.
6. Na escola O PAPEL DA ESCOLA A NOVA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR , política do MEC homologada em 2017, que explicita os direitos de aprendizagem de todos os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, reconheceu a importância de tratar de forma interdisciplinar a sustentabilidade com alunos de educação básica. Entretanto, é fundamental que o assunto seja incorporado não apenas dentro da sala de aula, mas na cultura das escolas.
“Quando pais e educadores têm sinergia, as ações são potencializadas. O interessante é buscar engajamento em diferentes frentes e mostrar como a escola vive a sustentabilidade e não apenas trata do assun- to de forma conceitual”, afirma Carol Sumier.
Para a bióloga Anne Trummer, 40 anos, mãe de Didi, 7, é importante que o espaço educativo preze por esses valores. “Meu filho não vive em dois mundos diferentes, tudo que ele aprende em casa e na escola se complementam e isso ajuda a reforçar as práticas sustentáveis”, diz.
Iniciativas educacionais que alimentam o debate Disponibilizam material de apoio para as escolas trabalharem temas ligados ao meio ambiente com as crianças.
Edukatu: rede de aprendizagem que trabalha o consumo consciente em escolas de Ensino Fundamental I e II. Oferece materiais gratuitos. edukatu.org.br Ecoativos: focado em escolas de Ensino Fundamental I, realiza formações para conscientizar sobre hábitos e atitudes que impactam positivamente o meio ambiente. ecoativos.org.br Criativos da Escola : criada a partir do movimento Design for Change, a iniciativa encoraja crianças a se reconhecerem como protagonistas. Oferece material de apoio gratuito. criativosdaescola.com.br
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7. Cuidar das relações é zelar pelo planeta DAR ATENÇÃO À TERRA significa enxergar o outro e agir com cooperação. Nesse momento de pandemia global e distanciamento social , nunca ficou tão claro o nosso papel para o bem coletivo. Devemos ajudar com o que está ao nosso alcance e entender que cada ato pode fazer a diferença. “Claro que criar hábitos mais sustentáveis é importante, mas construir crenças irá gerar novos valores para que a gente possa ver uma sociedade com mais cooperação, pertencimento e presença”, afirma Livia Ribeiro, da Reconectta.
Sustentabilidade, portanto, também significa cuidar do próximo. “Cultura de paz, comunicação não violenta e respeito à diversidade. Tudo isso é essencial para preservar o nosso mundo”, completa Leila Vendrametto, do Instituto Alana. Para a designer gráfico Helena Salgado, 38 anos, mãe de Antonia, 1 ano, é fundamental que os pais saibam o que desejam sustentar. “Quando se fala em manter um estilo de vida, deve-se levar em consideração se preferimos ter uma vida cara e trabalhar mais para isso ou se queremos mais presença no cotidiano familiar e optar por uma vida econômica, passando mais tempo em casa”, reflete.
Dicas
• Quando for possível e com os cuidados necessários, explore a cidade com seu filho. Mostre a diversidade de pessoas, de plantas e de bichos. Assim, ele poderá desenvolver tolerância, respeito e empatia pelo que é diferente
• Quanto mais repertório você der ao pequeno, mais ampliada será a sua visão de mundo. Aumente as trocas humanas no dia a dia com o vizinho, o padeiro, o porteiro (quando a situação permitir). Por agora, levar seu filho para fazer um bolo com você para deixar na porta daquela vizinha mais idosa é um gesto de generosidade.
• Incentive a cooperação com o próximo, com um trabalho voluntário, uma doação ou visitando um local com cultura diferente.
8. A natureza ensina APROVEITE ESTE MOMENTO para explicar ao seu filho a importância de cuidar da natureza. Em meio a essa crise, estamos conquistando impactos positivos nos diferentes ecossistemas, como a melhora na qualidade do ar pela redução da poluição e a volta de espécies marinhas para seus hábitats, por conta da diminuição do tráfego humano em certas regiões.
A natureza tem se mostrado resiliente diante das frequentes e profundas tentativas do ser humano de conquistá-la. Por isso, aproximar seu filho dos ciclos naturais, dos animais e das plantas é ainda mais potente (que tal sentarem uma tarde e pensar em uma viagem ou passeio para quando tudo isso passar?).
“Fiz uma viagem quan-do a minha filha Pietra tinha 6 anos, na qual visitamos ecovilas [saiba o que são ao lado] ao redor do mundo. Além de inspirador, percebi a importância de ela manter esse contato diário com a natureza. A gente nota a mudança dessa forma: contando histórias, escutando ativamente, tendo experiências e nos conectando com tudo e com todos. É comum sentirmos uma separação entre nós e a natureza quando estamos nas cidades, mas é possível que haja essa conexão mesmo assim”, diz Joana Benetton Junqueira. Observar os ciclos e a diversidade no ambiente pode explicar mais sobre o aquecimento global para o seu filho do que você imagina.
“A melhor maneira de falar sobre mudanças climáticas é justamente reconectando a criança à natureza. Ela entenderá a importância de preservá-la como for- ma de cuidar das espécies, incluindo a nossa. Reconectar-se à nascente de um rio, a um jardim e aos polinizadores é uma forma de sensibilizar a percepção e mostrar a função de cada ser vivo”, afirma Leila Vendrametto.
Dicas
QUANDO FOR POSSÍVEL SAIR DE CASA COM SEGURANÇA, VALE...
• Passar férias na natureza, seja para um lugar com trilha, uma viagem educativa ou um trabalho voluntário em uma ecovila (comunidades urbanas ou rurais de pessoas que buscam integrar uma vida social a um estilo de vida sustentável e que geralmente recebem voluntários).
• Apresentar ao pequeno os contrastes naturais: mostre que nem tudo é sempre estimulante e vibrante, mas que os tons escuros e o silêncio da noite também fazem parte da vida.
9. Ponto de partida SE VOCÊ FICOU ENTUSIASMADO , mas não sabe por onde começar, não se afobe. O importante é fazer a mudança que cabe a você e à sua família, dentro dos limites de cada um. É melhor avançar aos poucos, um dia por vez, do que decidir mudar tudo da noite para o dia e não garantir que isso seja firme.
Com o tempo, novos hábitos serão criados e você descobrirá, junto ao seu filho, os caminhos que funcionam melhor para vocês. Vamos fazer a nossa parte para sair dessa crise melhor e mais conscientes do que entramos?
Vamos olhar com atenção para os nossos hábitos e entender o que pode ser alterado para impactar positivamente o planeta? Pergunte-se qual área da sua vida está precisando de um cuidado redobrado: é na separação do lixo? É no uso excessivo de carro? É no consumo exagerado? Tenha consciência dos seus hábitos e busque caminhos mais sustentáveis, trazendo as crianças para contribuírem com essas mudanças. Celebre as pequenas conquistas da família e viva de forma leve e divertida, pois é disso que o planeta precisa.
FONTES CONSULTADAS PARA AS DICAS: ANNE TRUMMER, BIÓLOGA, MÃE DE DIDI, 7; CAROL SUMIER, EDUCADORA NA POLITEIA ESCOLA DEMOCRÁTICA (SP); DEBORAH MOSS, NEUROPSICÓLOGA (SP); DENISE CONSELHEIRO, GERENTE DE EDUCAÇÃO DO INSTITUTO AKATU (SP); HELENA SALGADO, DESIGNER GRÁFICA, MÃE DE ANTONIA, 1 ANO E 2 MESES; JOANA BENETTON JUNQUEIRA, ANTROPÓLOGA, E MÃE DA PILAR, 8; LEILA VENDRAMETTO, ASSESSORA PEDAGÓGICA DO INSTITUTO ALANA (SP); LIVIA RIBEIRO, EDUCADORA AMBIENTAL E COFUNDADORA DA RECONECTTA (SP); LUANA BUONO, PRODUTORA DE EVENTOS, MÃE DA PIETRA, 8.
Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2020/09/9-maneiras-de-incentivar-seu-filho-cuidar-do-planeta.html
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