TRÊS CRIANÇAS QUE MORRERAM COM SÍNDROME RARA EM NOVA YORK TINHAM COVID-19


Criança faz teste para covid-19 no estacionamento de uma escola pública em Compton, na California. Foto: ROBYN BECK / AFP

Criança faz teste para covid-19 no estacionamento de uma escola pública em Compton, na California. Foto: ROBYN BECK / AFP

Três crianças que morreram com síndrome rara em Nova York tinham Covid-19

Segundo o governador Andrew Cuomo as autoridades de saúde do estado estão analisando 73 casos semelhantes

Nathan Layne, da Reuters
10/05/2020 - 11:20 / Atualizado em 10/05/2020 - 12:01

NOVA YORK - Três crianças de Nova York morreram em decorrência de uma síndrome rara inflamatória que se acredita estar ligada ao novo coronavírus, disse o governador Andrew Cuomo. Este pode ser um indício de que a pandemia do Sars-CoV-2 pode trazer grandes riscos também para os mais jovens. De acordo com o governante, as três crianças — incluindo uma de 5 anos — testaram positivo para a Covid-19 ou apresentaram anticorpos relacionados, sugerindo um vínculo que ainda não foi totalmente compreendido.
Cuomo disse que estava cada vez mais preocupado com a síndrome que compartilha sintomas com choque tóxico e doença de Kawasaki, que segundo ele incluía inflamação dos vasos sanguíneos e danos potencialmente fatais ao coração. O governador falou ainda que as autoridades de saúde do estado estão analisando 73 casos semelhantes, que abalaram a suposição prévia de que as crianças não eram suscetíveis ao novo coronavírus.
— Não temos mais tanta certeza disso. Bebês e crianças do ensino fundamental apresentam sintomas semelhantes à doença de Kawasaki ou à síndrome do choque tóxico — disse Cuomo. — É muito possível que isso aconteça há várias semanas e não tenha sido diagnosticado como relacionado à Covid-19.
Cuomo disse que as autoridades estaduais de saúde fizeram parceria com o New York Genome Center e a Rockefeller University para verificar se existe uma base genética para a síndrome e foram solicitadas pelos Centros Federais de Controle e Prevenção de doenças (CDC) a desenvolver critérios nacionais para identificar e tratar casos.
A síndrome compartilha sintomas com choque tóxico e doença de Kawasaki, que está associada a febre, erupções cutâneas, inchaço das glândulas e, em casos graves, inflamação das artérias do coração. Os cientistas ainda estão tentando determinar se a síndrome está ligada ao novo coronavírus, porque nem todas as crianças diagnosticadas com a condição foram positivas para o vírus.


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